(Bloomberg) — O Japão se apoiará fortemente em receitas fiscais extras em um orçamento adicional de 13,9 trilhões de ienes (92 bilhões de dólares) para financiar o pacote de estímulo do primeiro-ministro Shigeru Ishiba, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
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O orçamento extra será parcialmente financiado por 3,83 biliões de ienes em receitas fiscais superiores ao esperado e fundos não utilizados do ano anterior, limitando a necessidade de emissão adicional de obrigações a 6,69 biliões de ienes, de acordo com as pessoas. O orçamento, que é ligeiramente maior do que o do ano passado, pode suscitar questões sobre a necessidade de despesas tão extensas, dado o recente crescimento económico relativamente sólido.
Antes de revelar o pacote, Ishiba indicou que iria entregar um orçamento extra maior do que o do ano passado, numa aparente tentativa de reforçar a sua popularidade antes das eleições gerais. O orçamento adicional deste ano excede marginalmente o plano de 13,2 biliões de ienes do ex-primeiro-ministro Fumio Kishida no ano passado, sugerindo que Ishiba estava a tentar gastar o montante mínimo necessário para manter a sua promessa de campanha.
Ainda assim, o orçamento extra maior levanta questões sobre a necessidade. Em 2023, quando Kishida revelou o seu pacote, a economia do Japão estava a debater-se com a contracção mais acentuada desde a pandemia. Este Verão, o crescimento económico do Japão superou as estimativas de consenso, enquanto o Banco do Japão entrou numa fase de aumento das taxas em Março, sinalizando uma medida de confiança na economia.
O novo orçamento extra incluirá 5,75 biliões de ienes em gastos para o crescimento da economia do Japão, incluindo as suas regiões, 3,39 biliões de ienes em resposta à inflação e 4,79 biliões de ienes para políticas sociais e de segurança, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. 490,8 bilhões de ienes serão gastos em doações em dinheiro para famílias de baixa renda e 1,03 trilhão de ienes serão reservados para subsídios contínuos aos preços da gasolina, de acordo com a Kyodo News. 319,4 bilhões de ienes serão usados para reduzir os custos de eletricidade e gás.
A Bloomberg procurou o Ministério das Finanças para comentar, mas não obteve resposta.
As despesas adicionais irão, em geral, aumentar a pressão sobre a já desafiante situação fiscal do país. A dívida do governo geral do Japão cresceu para um tamanho equivalente a mais de 250% da sua economia, de acordo com o Fundo Monetário Internacional. Com a expectativa geral de que o banco central aumente novamente as taxas de juro em Dezembro ou Janeiro, os custos do serviço da dívida do Japão também deverão aumentar.