A computação quântica poderia comprometer o Bitcoin? #CriptoNews

• Os avanços da computação quântica representam riscos críticos para a criptografia do Bitcoin, com possíveis interrupções nos sistemas de segurança cibernética em todo o mundo, enfatizam os especialistas.
• A atualização dos protocolos do Bitcoin para segurança quântica pode levar até 305 dias, arriscando graves consequências financeiras e operacionais para a rede.

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Bitcoin, superando US$ 108.200 no seu auge, agora enfrenta ameaças potenciais dos avanços da computação quântica. A tecnologia emergente capaz de resolver cálculos complexos em minutos, que anteriormente exigia milhares de milhões de anos para os supercomputadores, levantou preocupações significativas na comunidade científica.

A capacidade da computação quântica de explorar vulnerabilidades de criptografia aumenta os riscos para o Bitcoin e outras plataformas digitais. Carlos Perez-Delgado, professor sênior da Universidade de Kent, destaca o potencial desses sistemas para interromper e-mails criptografados e contas confidenciais, criando um desafio mais amplo de segurança cibernética.

“Se eu tivesse um grande computador quântico agora, poderia essencialmente assumir o controle de todo o Bitcoin”, disse Carlos Perez-Delgado.

Na Escola de Computação da Universidade de Kent, pesquisadores examinaram como o Bitcoin pode resistir a essa mudança tecnológica. As suas conclusões indicaram que a atualização do protocolo mais bem-sucedida exigiria 76 dias de inatividade, o que poderia resultar em perdas económicas de 912 milhões de dólares, calculadas a partir dos custos médios das interrupções de negócios.

O custo de permanecer seguro

Alternativamente, o Bitcoin poderia alocar 25% de seus recursos para a atualização, mantendo a rede funcional, embora com capacidade reduzida. No entanto, este compromisso aumentaria o tempo de inatividade para impressionantes 305 dias – mais de 10 meses. Este cronograma estendido pode retardar as transações e sobrecarregar o ecossistema do Bitcoin, já criticado por suas lentas velocidades de processamento.

Perez-Delgado destacou os obstáculos financeiros e logísticos de uma revisão, observando que o tempo de inatividade da tecnologia pode ser muito caro. A natureza descentralizada do Bitcoin complica o processo, ao contrário de entidades centralizadas como o Google, que implantam atualizações rapidamente. O Bitcoin precisa do consenso de sua vasta rede de 275 milhões de usuários.

“Desativar sua tecnologia… pode ser muito, muito caro, mesmo que fique ligado por alguns minutos ou algumas horas”, disse Perez-Delgado

O que estamos mostrando aqui em nosso artigo é que para o Bitcoin, ou qualquer sistema como o Bitcoin, você leva dias, semanas ou até meses para realizar a atualização.

Além disso, a intrincada estrutura do blockchain apresenta desafios adicionais. A atualização da criptografia requer a revisão de cada transação individualmente, uma tarefa enorme dadas as limitações de processamento do Bitcoin. Embora acelerar os tempos de transação seja uma opção, isso pode prejudicar a capacidade da plataforma de gerenciar com eficácia a atividade do usuário.

A Realidade Quântica

O potencial da computação quântica para perturbar os sistemas criptográficos não é mais especulativo. O chip Willow do Google, anunciado recentemente, foi projetado para realizar cálculos em velocidades inimagináveis ​​com a tecnologia atual. Embora não sejam esperados computadores quânticos de grande escala capazes de quebrar a criptografia do Bitcoin dentro de uma década, Perez-Delgado insta os players de tecnologia a se prepararem.

“O facto indiscutível que ninguém pode contestar é que quando chegarmos lá, os nossos actuais títulos… estarão em grande perigo”, disse ele. A criptografia de chave público-privada, a espinha dorsal de muitos sistemas de segurança cibernética, é particularmente vulnerável. A criptografia quântica segura oferece uma solução, mas implementá-la em sistemas descentralizados como o Bitcoin continua sendo uma batalha difícil.

Existe uma saída?

Apesar dos desafios assustadores, Perez-Delgado não vê isso como uma sentença de morte para o Bitcoin. Estratégias como a redução da velocidade das transações podem facilitar o processo de atualização, mesmo que sobrecarreguem a capacidade do usuário. “Esses efeitos secundários compensam bem o custo”, observou, sublinhando a importância de se manter à frente das ameaças tecnológicas.

Por enquanto, a comunidade e os desenvolvedores do Bitcoin enfrentam um relógio. A preparação para um futuro quântico pode exigir sacrifícios de desempenho e rentabilidade, mas a alternativa – um colapso repentino da criptografia – pode ser muito mais catastrófica.