O Primeiro-Ministro António Costa esteve reunido com o seu homólogo ucraniano, Denys Shmyhal, com quem discutiu o reforço dos apoios humanitário, militar e financeiro «nas próximas semanas, para corresponder às necessidades da Ucrânia, quer em matéria militar, quer em matéria financeira», disse o chefe do Governo português numa declaração no final da reunião que decorreu por videoconferência.
António Costa e Denys Shmyhal discutiram «também a perspetiva europeia da Ucrânia e o reforço das sanções a aplicar pela União Europeia» à Rússia. «Portugal tem sempre apoiado a aplicação das sanções», disse, acrescentando que Portugal «tem uma situação energética que o deixa particularmente à vontade para a aplicação de sanções à Rússia quanto à importação petróleo e de gás».
Contudo, «sabemos que, infelizmente, não é esta a situação de todos os países da União Europeia e que este tema tem de ser tratado de forma a preservar da unidade, que é essencial para a força da União Europeia no apoio à Ucrânia», disse.
Os dois Primeiros-Ministros discutiram também «o esforço que a União Europeia e os Estados Unidos podem fazer para que a Ucrânia possa exportar bens de que é grande produtora e de que a generalidade do mundo, e nós próprios, somos consumidores, desde fertilizantes a cereais», organizando «uma operação logística que permita romper o bloqueio que resulta da ocupação e dos ataques da Rússia aos portos da Ucrânia».
António Costa referiu que o Primeiro-Ministro ucraniano o convidou «a visitar Kiev e eu aceitei», tendo ficado acordada uma data. Nesta visita «será assinado o acordo de apoio financeiro de Portugal à Ucrânia, no âmbito do programa do Fundo Monetário Internacional».
Total solidariedade
O Primeiro-Ministro português reafirmou «a plena solidariedade de Portugal com a Ucrânia e o povo ucraniano», e relembrou que Portugal foi «dos primeiros a condenar clara e inequivocamente a guerra ilegal, ilegítima e brutal que a Rússia tem prosseguido em solo ucraniano e a exigir o restabelecimento da paz, o apuramento das responsabilidades da Rússia em crimes de guerra e a necessidade de uma resposta muito clara da comunidade internacional a esta guerra que a todos tem impressionado pela sua forma bárbara».
«O Primeiro-Ministro da Ucrânia agradeceu a Portugal o apoio humanitário, desde logo no acolhimento de refugiados, o apoio militar e o apoio financeiro que concedemos», disse ainda António Costa.